sexta-feira, 17 de outubro de 2014

EFEITOS DE IMPLANTAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA


 Wenderson Rodrigues - Viçosa, 14 de outubro de 2014
   
  “Toda mulher, independentemente de sua classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana”. Esse trecho da Lei Maria da Penha, deixa evidente que não há nenhuma restrição de direitos entre o homem e a mulher. Contudo, as especificações ditas na lei não foram o bastante para que milhares de mulheres deixassem de ser agredidas, verbal, sexual e fisicamente no país a cada ano. Sendo assim, nesse contexto, é fundamental fazer uma análise da situação vivida pelas mulheres brasileira após a implantação da lei.  
     Dados do IPEA 2013 dizem que o número de mulheres mortas por agressões quando foi implantada a Lei, era de 5,2 a cada cem mil mulheres. Já em 2013, esse número aumentou para 5,43. Nota-se que, mesmo com a implantação da Lei, as agressões contra mulheres não diminuíram. O mando, por si só, não foi o bastante para impedir que milhares de mulheres fossem mortas a cada ano. Isso indica que as políticas atuais necessitam de um auxílio adequando para que possa ocorrer uma efetiva mudança no quadro de violação dos direitos das mulheres.
     Além disso, outro dado recente do Ministério da Justiça nos diz que cinquenta mil mulheres são agredidas por alguma forma de violência a cada ano no Brasil. Dados como esses citados acima, reforçam a ideia de que a implantação da Lei Maria da Penha não causou o impacto desejado na redução da morte de mulheres decorrentes de conflitos de gênero no país. A falta de juizados exclusivos para o processamento e julgamento das ações decorrentes da prática de violências contra as mulheres são um dos principais agravantes no que diz respeito à punição do agressor. 
     Levando-se em consideração os dados expostos, conclui-se que, só a Lei Maria da Penha, não teve a eficácia esperada. Novos projetos são necessários para reforçar a proteção à mulher. Um deles é a tipificação do crime de feminicídio no Brasil, para assim, endurecer as penas contra agressores. Deve-se estender, para todo o país, principalmente em regiões interioranas, a Casa da Mulher Brasileira, projeto de assistência social, acolhimento e segurança à mulher, vitima ou não de violência. E por fim, pode-se criar um juizado especial, para dar mais atenção aos processos e punições dos agressores do sexo feminino. Essas são medidas que o governo, por meio do Ministérios da Justiça, pode colocar em prática.

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