quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ajuda Humanitária, contribuições que salvam vidas

Afegãos recebem ajuda humanitária


     A ajuda humanitária é a assistência material, logística ou psicológica prestada para fins humanísticos, normalmente em resposta à falta de alimentos nas comunidades, desastres naturais como secas, terremotos, maremotos, ciclones e catástrofes provocadas pelo homem como conflitos civis e guerras. As doações feitas pelas pessoas para promover a ajuda aos necessitados são de muita importância. Deve-se incentivar e apoiar essas iniciativas pois, a partir delas, muitas pessoas conseguem se recuperar e recomeçar suas vidas.
     Em 2010, no Haiti, milhares de pessoas foram mortas e desalojadas em consequência do terremoto que afetou todo o país. A situação teria sido pior se não houvesse nenhuma ajuda. A resposta humanitária ao terramoto do Haiti incluiu os governos nacionais e organizações de caridade sem fins lucrativos de todo o mundo, que contribuíram com abrigos, água potável, alimentos, cobertores, utensílios domésticos e higiênicos.

     Como dito acima, a contribuição de toda a população mundial em situações de catástrofes ou conflitos ajudam a salvar vidas e aliviar a dor das pessoas que as recebem. Para que seja mais homogenia a resposta, todos os agentes humanitários enviados para essas expedições devem estar cientes de que é necessário dar uma resposta imediata às populações mais vulneráveis; que a ajuda não deve favorecer nenhuma faixa específica da população, e deve ser prestada unicamente em função das necessidades da população. Os agentes devem ser capacitados a ensinar às pessoas a se prevenirem, na medida do possível, de algum mal que os possa atingir. Alertas devem ser instalados para orientar as populações que algum fenômeno natural como terremoto, maremoto, ou outros, poderão ocorrer.   

     As análises acima provam que a ajuda humanitária salvou e ainda pode salvar muitas pessoas. Para isso, basta que não só as pessoas continuem doando, mas também, os governos de países mais desenvolvidos ajudem nessa tarefa, sem se aproveitar da situação para conquistar interesses políticos. Capacitando melhor os agentes humanitários e voluntários a ajudar, nota-se que se podem conseguir melhores resultados, tanto na prevenção quando no resgate, e com isso, mais vidas serão salvas. Vale ressaltar que gestos como esses, destroem o egoísmo e fortalecem o espirito de coletivismo, contribuí para que possamos ter um mundo mais igualitário, solidário e fraterno.


                           Wenderson Rodrigues – Viçosa,19 de julho de 2014

quarta-feira, 9 de julho de 2014

JAINISMO

Este é o símbolo oficial do jainismo, conhecido como o Jain Prateek Chihna

   É uma das três antigas religiões indianas, ao lado do hinduísmo e do budismo, com as quais compartilha conceitos, como o dharma (lei natural, caminho para a verdade superior) e o karma (ligações com energias positivas ou negativas). O nome deriva do verbo ji (conquistar, em sânscrito), uma referencia a batalha eterna pela iluminação espiritual. Surge a partir do século VI a.C., época em que vive Parshvanatha, o primeiro tirtancara (aquele que consegue vencer o ciclo de reencarnação). O mais recente tirtancara é o Mahavira( século VI a.C.).
   Os jainistas não acreditam em Deus; para eles, os únicos seres sobrenaturais são os tirtancaras. Defendem a não violência, abstinência sexual e a renúncia as bens matérias.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Carta de Jean-Paul Sartre recusando o Prêmio Nobel de Literatura


Lamento vivamente que este assunto tenha tomado a aparência de um escândalo; um prêmio foi concedido e alguém o recusa. Isto se deve ao fato de que não fui informado devidamente a tempo do que se preparava. Li no “Le Figaro Litteraire”, de 15 do corrente mês, sob a assinatura do correspondente sueco deste jornal, que a maioria na Academia Sueca era a meu favor, mas não havia sido ainda definitivamente fixada, pelo que bastava escrever uma carta à academia, o que fiz no dia seguinte, para pôr um ponto final ao assunto e não mais se falasse dele.
Eu ignorava, então, que o Prêmio Nobel é outorgado sem que se peça a opinião ao interessado e pensei que ainda era tempo de impedi-lo. Mas compreendo muito bem que quando a Academia Sueca faz sua escolha, já não pode voltar atrás. As razões pelas quais renuncio ao prêmio não se referem nem à Academia Sueca, nem ao Prêmio Nobel em si, como já expliquei em minha carta à Academia.
Nela invoquei duas espécies de razões; razões pessoais e razões objetivas. As razões pessoais são as seguintes: minha negativa não é um ato improvisado. Sempre recusei as distinções oficiais. Quando, depois da guerra, em 1945, me propuseram a Legião de Honra, recusei-a, apesar de possuir amigos no Governo. Igualmente nunca aceitei ingressar no Colégio de França como sugeriram alguns de meus amigos. Esta atitude é baseada em minha concepção do trabalho do escritor. Um escritor que assume posições políticas, sociais ou literárias somente deve agir com meios que lhes são próprios, isto é, com a palavra escrita. Todas as distinções que possa receber expõem seus leitores a uma pressão que não considero desejável. Não é a mesma coisa se eu assino Jean-Paul Sartre que se eu assino Jean-Paul Sartre, Prêmio Nobel. O escritor que aceita uma distinção deste gênero compromete, também, a associação ou instituição que a outorga: minhas simpatias pelos guerrilheiros venezuelanos somente a mim comprometem, mas se o Prêmio Nobel Jean-Paul Sartre toma partido pela resistência na Venezuela, arrasta consigo todo o Prêmio Nobel como instituição. Nenhum escritor deve deixar-se transformar em Instituição, mesmo que isto se verifique pela mais honrosa forma, como no caso presente. Esta atitude é inteiramente pessoal e, evidentemente, não representa nenhuma crítica contra aqueles que já foram premiados.
Tenho muita estima e admiração por muitos dos laureados que conheci pessoalmente. Mas minhas razões objetivas são as seguintes: – O único combate atualmente possível no campo da cultura é o da existência pacífica das duas culturas, a do Leste e a do Oeste. Não quero dizer com isso que seja necessário que se deem abraços. Sei perfeitamente que o confronto entre estas duas culturas deve, por necessidade, adotar a forma de um conflito, conflito que deve ter lugar entre homens e entre culturas, mas sem intervenção de instituições. Sinto pessoal e profundamente as contradições entre as duas culturas: sou feito dessas contradições. Minhas simpatias vão inegavelmente, para o socialismo e para o que se chama o Bloco do Leste, mas vivi e me eduquei numa família burguesa e numa cultura burguesa. Isto me permite colaborar com todos aqueles que querem aproximar ambas as culturas. Espero, naturalmente que a melhor ganhe, isto é, o socialismo.
Por isso é que não posso aceitar nenhuma distinção concedida pelas altas instâncias culturais, tanto de Leste como do Oeste, mesmo que admita sua existência. Embora todas as minhas simpatias vão para o campo socialista, seria impossível para mim aceitar, por exemplo, o Prêmio Lênin, se alguém quisesse me conceder, o que não se dá. Sei muito bem que o Prêmio Nobel, por si mesmo, não é um prêmio literário do campo ocidental, mas se transforma no que se faz dele e podem suceder coisas que os membros da Academia Sueca não podem prever. Por isto que, na situação atual, o Prêmio Nobel se apresenta objetivamente como uma distinção reservada aos escritores do Oeste ou aos rebeldes do Leste. Não se premiou Neruda, que é um dos maiores escritores americanos. Nunca se pensou seriamente em Aragon, que bem o merece. É lamentável que se tenha concedido o prêmio a Pasternak e não a Cholokhov e que a única obra soviética coroada seja uma editada no estrangeiro, proibida em seu país. Poder-se-ia ter estabelecido um equilíbrio mediante um gesto análogo no outro sentido.
Durante a guerra da Argélia, quando assinamos o Manifesto dos 111 eu teria aceito o prêmio com reconhecimento, porque ele não teria honrado somente a mim, mas à liberdade pela qual lutávamos. Mas isso não aconteceu e é somente no fim dos combates que se entregam os prêmios. Na motivação da Academia Sueca se fala de liberdade: é uma palavra que se presta a numerosas interpretações. No ocidente, se fala de liberdade num sentido geral. Entendo a liberdade de uma forma mais concreta, que consiste no direito de ter mais de um par de sapatos e de comer pão menos duro. Parece-me menos perigoso declinar do prêmio do que aceitá-lo. Se o aceitasse, me prestaria ao que se pode chamar de uma ‘recuperação objetiva’. Afirma o artigo do ‘Le Figaro Litteraire’ que ‘não se teria em conta meu passado político discutido’. Sei que este artigo não exprime a opinião da Academia Sueca, mas ele mostra claramente em que sentido seria interpretada minha aceitação em certos meios de direita.
Considero este ‘passado político discutido’ como ainda válido, mesmo se disposto a reconhecer certos erros passados perante meus camaradas. Não quero dizer que o Prêmio Nobel seja um prêmio ‘burguês’, mas esta seria a interpretação burguesa que dariam inevitavelmente os meios que conhecemos. Finalmente, resta a questão do dinheiro. É verdadeiramente grave que a Academia coloque sobre os ombros do laureado, além da homenagem, uma soma enorme. Este problema me atormentou. Ou bem se aceita o prêmio e com a soma recebida se apoiam movimentos ou organizações que se consideram importantes – de minha parte seria o Comité Apartheit de Londres – ou bem se recusa o prêmio em vista de virtude de princípios gerais, e se priva este movimento ao apoio que necessita. Renuncio, evidentemente, às 250.000 coroas porque não quero ser institucionalizado nem ao Leste nem ao Oeste. Não se pode pedir que se renuncie, por 250.000 coroas, aos princípios que não são unicamente nossos, mas compartilhados por todos os nossos camaradas. Foi isto que tornou tão penoso para mim tanto a atribuição do prêmio como a recusa que manifestei. Quero terminar esta declaração com uma mensagem de simpatia ao povo sueco.
                             Traduzida e publicada pelo jornal Última Hora, do Rio de Janeiro, em 23 de outubro de 1964.

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