quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Piroeletricidade da Turmalina

      A piroeletricidade é uma propriedade interessante da turmalina, um mineral que exibe a capacidade de gerar uma carga elétrica quando submetido a variações de temperatura. Isso ocorre devido à assimetria estrutural da rede atômica do mineral. Quando a temperatura do mineral muda, os átomos se deslocam de maneira desigual, modifica ligeiramente suas posições dentro da estrutura cristalina, provocando uma mudança na polarização elétrica do material, causando um desequilíbrio entre as cargas positivas e negativas.

       Esse desequilíbrio resulta na geração de uma carga elétrica líquida, que pode ser coletada usando eletrodos e medida com um voltímetro, como demostrado no experimento feito aqui em casa (01/20). A turmalina já foi usada em sensores de temperatura e detectores de radiação infravermelha, para medições científicas e industriais que envolvem a detecção de variações de temperatura.



terça-feira, 15 de novembro de 2022

Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil

Redação que desenvolvi no primeiro dia da prova do ENEM 2022, sobre o tema: "Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil".

Wenderson Rodrigues F. da Silva - Viçosa, 13 de novembro de 2022.

O processo de ocupação do território brasileiro se deu de forma desordenada e hierarquizada, onde os mais abastados economicamente ditavam as diretrizes da ocupação. Foi assim no descobrimento do Brasil, com a expulsão e massacre dos povos indígenas, e ainda é até hoje, quando um derramamento de rejeitos de minério inviabiliza a utilização de um rio pelos povos tradicionais que dele fazem uso. Portanto, a valorização dessas comunidades originarias via políticas públicas de reparo e manutenção é fundamental para que possamos garantir uma sociedade justa pra todos.

As comunidades ribeirinhas, os pescadores no litoral, bem como as comunidades quilombolas no Cerrado e os povos originários, dentre outros, mostraram ter total capacidade de viver da terra, com compromisso intimo de preservação ambiental. Tais comunidades, quando incentivadas e orientadas por um órgão competente, poderão contribuir para um desenvolvimento sustentável do planeta, portanto, são fundamentais para frear o aquecimento global.

Os povos tradicionais, além de contribuírem ambientalmente, contribuem com as expressões culturais mais ricas para o país, preservando tradições seculares como os ritos nos terreiros de umbanda e os quilombos preservando tradições afro-brasileiras, dentre muitas outras. Mesmo assim, tais organizações sofrem com agressões e preconceitos diariamente.

A forma de contornar tais problemas se dará através da política. O poder executivo a nível nacional pode criar um “Ministério dos povos tradicionais”, por meio do qual suas secretarias poderão organizar ações socioeconômicas que visem conhecer a atender as demandas de tais comunidades. O censo do IBGE de 2022 irá contribuir para isso. Desse modo, com políticas públicas de promoção do bem estar social, paralelas a ações socioeconômicas e educacionais, se estará incentivando a valorização da cultura nacional e a preservação ambiental, bem como a dignidade desses povos.

 

domingo, 25 de setembro de 2022

Estudo computacional da dependência dos parâmetros termodinâmicos em sistemas de bósons

Wenderson Rodrigues Fialho da Silva - Viçosa, julho de 2022.


    Os bósons são partículas cujo spin pode assumir somente valores inteiros, os quais não obedecem ao princípio de exclusão de Pauli, portanto, pode-se encontrar mais de um bóson no mesmo estado quântico. O potencial químico dos bósons apresentam valores negativos ou nulo, sendo esse ultimo relacionado ao condensado de Bose-Einstein. Esse trabalho teve como objetivo estudar por meio de gráficos as dependência dos parâmetros termodinâmicos de bósons, como a fugacidade $z$, energia interna U e capacidade térmica $C_{v}$, ambos em função de $T/T_{c}$, onde $T$ é a temperatura e $T_{c}$ a temperatura crítica do sistema. 

    Desenvolveu-se um programa de computador em linguagem Python que gera os dados referentes as curvas $z$, $U$ e $C_{v}$, ambas em função de $T/T_{c}$. As equações (1, 2 e 3) foram utilizadas para obtenção dessas curvas. A demostração da equação (3) é apresentada no apêndice A.

$$ \frac{T}{T_{c}} = \left ( \frac{\zeta(\frac{3}{2})}{Li_{3/2}(z)} \right)\qquad(1)$$

$$U = \frac{3}{2}NK_{B}T\frac{Li_{5/2}(z)}{Li_{3/2}(z)}\qquad(2)$$

$$ C_{v} = \begin{cases}\frac{15}{4}\frac{\zeta(\frac{5}{2})}{\zeta(\frac{3}{2})}NK_{B}\left ( \frac{T}{T_{c}} \right)^{3/2} se\qquad T < T_{c}\qquad\qquad\qquad\qquad(3) \\\frac{3}{2}NK_{B}\left ( \frac{5}{2}\frac{Li_{5/2}(z)}{Li_{3/2}(z)} - \frac{3}{2}\frac{Li_{3/2}(z)}{Li_{1/2}(z)} \right)\qquad se\qquad T > T_{c}\end{cases}$$

    A equação (1) e (2) são apresentadas no capítulo 30 na referencia [1]. Com auxílio do programa Origin pro 8.5, fez-se os gráficos com os dados gerados. Desenvolveu-se uma rotina que realiza-se os cálculos das equações das equações (1), (2) e (3) e salva-se tais dados em arquivos $.txt$, os quais foram utilizados para fazer os gráficos. O código de programação em linguagem Python é apresentado no apêndice B.

    O resultado com as curvas obtidas é apresentado nos gráficos das Figuras (1) a seguir:

Figura 1. (A) fugacidade, (B) energia interna e em (C) capacidade térmica de bósons em função da temperatura sobre a temperatura crítica.

    A energia interna está normalizada pelo número de partículas e pela energia térmica. A capacidade térmica pelo número de partículas e pela constante de Boltzmann. Para obtenção das curvas para o potencial químico de bósons e férmions, utilizou-se as equações para $v_{B}$ e  $v_{F}$ abaixo, obtidas da referência [2]. O código de programação em Python utilizado é apresentado no apêndice C.

    No gráfico (A) da Figura 1, como descrito na referencia [1] e em sala, a fugacidade para $T \leq T_{c}$ é igual a um. Para $T > T_{c}$ ela cai continuamente. Em (B), para a energia interna, a linha pontilhada representa a previsão dada pelo teorema da equipartição de energia. Para altas temperaturas, ou seja, $T >> T_{c}$ as curvas tendem a se encontrar, onde o caráter quântico do sistema não tem grandes contribuições, e a abordagem clássica já descreve o problema. Em (C), abaixo da temperatura crítica $T_{c}$, o comportamento quântico relacionado a capacidade térmica tem que ser levando em consideração para a descrição do sistema. Já para $T >> T_{c}$, o sistema se comporta como previsto pelo teorema da equipartição de energia.

    Para obtenção das curvas dos potenciais químicos para bósons e para férmions foi utilizado as equações da referência [2].

    Para bósons, foi utilizado a equação (4) abaixo, sendo $v_{B}=\frac{u_{B}}{T_{0}}$.

$$ v_{B} = \begin{cases}0, \qquad T\leq 1 \\\sum_{k=1}^{4} a_{k}(t-1)^k, \qquad 1 \leq T \leq 3.68 \qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad(4) \\T\ln(\zeta(3/2)+T^{-3/2}) + T\ln(1+\zeta(3/2)(2T)^{-3/2}), \qquad T \ge 3.68\end{cases}$$

    Para férmions, foi utilizado a equação (5) abaixo, sendo $v_{F}=\frac{u_{F}}{T_{F}}$

$$ v_{F} = \begin{cases}1+\sum_{k=1}^{4} a_{k}T^k, \qquad 0 \leq T \leq 1.36 \qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad(5) \\T\ln \left ( \frac{2}{3\Gamma(3/2)} \right ) -T^{-3/2}) + T\ln\left ( 1-\frac{2}{3\Gamma(3/2)}(2T)^{-3/2} \right ), \qquad T \ge 1.36\end{cases}$$

    Os coeficientes dos 4 primeiros temos da soma  do cálculo do potencial químico são apresentados na Tabela 1 abaixo.

Tabela 1. Valores dos coeficiente utilizado para o calculo dos potenciais quimicos para bósons e fémions [2].

    Fazendo $\mu_{B}=v_{B}T_{0}$, pode-se as curvas do potencial químico para bósons $\mu_{B}$ e para $\mu_{F}=v_{F}T_{0}$, obteve-se as curvas para férmios $\mu_{F}$. Os gráficos obtidos são apresentados na Figura (2) abaixo.

Figura 2. Potenciais químicos para bósons (A) e férmions (B) em função da temperatura.

    Para $T \leq T_{0}$, o gráfico (A) para bósons da Figura 2 nos mostra que o potencial químico é zero. Para valores de $T > T_{0}$, o potencial químico assume valores negativos. Já para os férmions, o potencial químico apresentado no gráfico (B) assume valores positivos para $T < T_{F}$, e negativos para $T > T_{F}$.

    Afim de poder-se comprar os valores de $U$ para $T < T_{c}$ com a curva obtidas pela equação (2), sendo ela uma aproximação da equação (6), fez-se o gráfico da Figura (3) a seguir, onde, na equação (6), $n_{k} = \frac{1}{e^{\frac{T_{c}}{K_{B}T}(E_{k}-\mu)}-1}$, $E_{k} = \frac{\hbar^{2}k^{2}}{2m}$ e $\mu = 0$ e fazendo as constantes igual a um. O código de programação em Python utilizado é apresentado no apêndice D.

$$ U = \sum_{k}n_{k}E_{k}\qquad(6) $$

Figura 3. Curvas para Energia interna $U$ obtidas da equação (1), a qual representa a aproximação do somatório da equação (6) para a integral, bem como a curva da para o somatório da equação (6).

    Nota-se que a uma semelhança entre as curvas obtidas para energia interna $U$ para $T < T_{c}$, entretanto, quando $T$ se aproxima de $T_{c}$, observa-se que o valor previsto pelo somatório começa a adquirir valores menores em relação a integral. Para valores de $T < T_{c}$, os bósons tendem a se acumularem no nível de energia mais baixo, formando o condensado de Bose-Einstein. A aproximação feita do somatório para integral não é boa quando energia térmica $(K_{B}T)$ é da ordem da energia característica do sistema, e caráter quântico associado deve ser levado em consideração. Quando $(K_{B}T)$ é  muito maior que a energia característica do sistema quântico, podemos fazer a aproximação e tratar o sistema como um contínuo de energia, de modo que o uso da integral não trará grandes desvios. 


Apêndice A - Dedução da equação (3) utilizada para obtenção da curva da capacidade térmica $C_{v}$

Para $T < T_{c}$:

$$U=\frac{3}{2}NK_{B}T_{c}\frac{\zeta(\frac{5}{2})}{\zeta(\frac{3}{2})} \left ( \frac{T}{T_{c}} \right )^\frac{5}{2}, \qquad(7) $$

logo:

$$C_{v}=\left ( \frac{\partial U}{\partial T} \right )_{v}=\frac{15}{4}NK_{B}\frac{\zeta(\frac{5}{2})}{\zeta(\frac{3}{2})}T^\frac{3}{2}\qquad(8)$$

Para $T > T_{c}$, usando a equação 30.51 e $ \lambda _{T}^3=KT^\frac{3}{2} $ podemos escrever $U$ como:


$$U=\frac{3}{2}K_{B} \left ( 2S+1 \right )KVT^\frac{5}{2}Li_{5/2}(z),\qquad(9) $$

logo:


$$C_{v}=\left ( \frac{\partial U}{\partial T} \right )_{v}=\frac{15}{4}K_{B} \left ( 2S+1 \right ) KVT^\frac{5}{2}Li_{5/2}(z) + \frac{3}{2}K_{B} \left ( 2S+1 \right ) KVT^\frac{5}{2}\frac{dLi_{5/2}(z)}{dz}.\qquad(10)$$


Derivando a equação C.32 do apendice C da referencia [1], temos que $ \frac{dLi_{n}}{dz}=\frac{L_{i_{n-1}}}{z}\frac{dz}{dT}$. Portanto,


$$C_{v}=\frac{15}{4}K_{B}\left (2S+1 \right )KVT^\frac{3}{2}Li_{5/2}(z) + \frac{3}{2}K_{B}\left (2S+1 \right )KVT^\frac{5}{2}Li_{3/2}(z)\frac{1}{z}\frac{dz}{dT}.\qquad(11)$$


Como: $Li_{5/2}(z) \propto T^{-3/2}$,

$$\frac{d}{dT}(Li_{3/2}(z)) = Li_{1/2}(z)\frac{dz}{dT} = -\frac{3}{2}\beta T^{-5/2}.\qquad(12)$$


Portanto:

$$Li_{1/2}(z)\frac{dz}{dT} = -\frac{3}{2T}Li_{3/2}(z) \longrightarrow \frac{dz}{dT} = -\frac{3z}{2T}\frac{Li_{3/2}(z)}{Li_{1/2}(z)}.\qquad(13)$$


Substituindo em $C_{v}$:


$$C_{v} = \left(\dfrac{15}{4}K_{B}(2S+1)KVT^{3/2}Li_{5/2}(z) + \frac{3}{2}K_{B}(2S+1)KVT^{3/2}\left(\dfrac{-3}{2T} \right)\right)\frac{Li^{2}_{5/2}(z)}{Li_{1/2}(z)}$$


$$C_{v} = \frac{3}{2}K_{B}(2S+1)KVT^{3/2}\Bigg(Li_{5/2}(z)\frac{5}{2} - \frac{3}{2}\frac{Li^{2}_{5/2}(z)}{Li_{1/2}(z)}\Bigg).\qquad(14)$$


E como:

$$Li_{3/2}(z) = \frac{N}{V(2S+1)KT^{3/2}} = \frac{N\lambda^{3}_{T}}{V(2S+1)} \longrightarrow \frac{N}{Li_{3/2}(z)} = \frac{3}{2}K_{B}(2S+1)KT^{3/2}V,\qquad(15) $$

finalmente:

$$C_{v} = N\Bigg(\frac{5}{2}\frac{Li_{5/2}(z)}{Li_{3/2}(z)} - \frac{3}{2}\frac{Li_{3/2}(z)}{Li_{1/2}(z)}\Bigg).\qquad(16)$$


Apêndice B - Código para obtenção das curvas de $z$, $U$ e $C_{v}$

\begin{lstlisting}[language=Python]

# -*- coding: utf-8 -*-

"""

Created on Sun Jul 17 11:24:21 2022

@author: Wenderson R. F. da Silva

"""

from mpmath import*

import numpy  as np

pontos = 1000

n1 = 5/2

n2 = 3/2

n3 = 1/2

z = 0.0000001

delta = 0.001

Q = T = U = Cv = 0

deltaT = 0.002612

with open('C_termica.txt','w') as C_termica:

    with open('E_interna.txt','w') as E_interna:  

        with open('fugacidade.txt','w') as fugacidade:

            for j in range(0, pontos):

                Li1 = Li2 = Li3 = 0

                for i in range(1, 10000):

                    Li1 = Li1 + z**i/i**n1

                    Li2 = Li2 + z**i/i**n2

                    Li3 = Li3 + z**i/i**n3

                if T < 1: # T<Tc                               

                    U = 0.77*T**(5/2)                   

                    cv = 1.92*T**(3/2)

                    fugacidade.write('%.4f %7.5f\n' % (T, 1))

                    E_interna.write('%.4f %7.5f\n' % (T, U))

                    C_termica.write('%.4f %7.5f\n' % (T, cv))

                else:

                    Q = (2.61/Li2)**(2/3)   # Q = T/Tc para zeta(3/2)= 2.612

                    U = (3/2)*Q*(Li1/Li2)                       

                    cv = 3.75*(Li1/Li2) - (2.25*(Li2/Li3))    

                    fugacidade.write('%.4f %7.5f\n' % (Q, z))

                    E_interna.write('%.4f %7.5f\n' % (Q, U))

                    C_termica.write('%.4f %7.5f\n' % (Q, cv))

                z = z + delta

                T = T + deltaT

        fugacidade.close()

    E_interna.close()

C_termica.close()

\end{lstlisting}


Apêndice C - Código para obtenção das curvas de $\mu_{bóson}$ e $\mu_{férmion}$

\begin{lstlisting}[language=Python]

import numpy  as np

from numpy import log as ln

from numpy import pi


pontos = 1001

T = 0.0001

deltaT = 0.004


with open('vb.txt','w') as vb: 

    for j in range(1, pontos):

        

        if T <= 1:

            vb.write('%.4f %7.5f\n' % (T, 0))            

        elif T > 1 and T <= 3.68:

            b = - 0.016*(T-1) - 1.064*(T-1)**2 + 0.299*(T-1)**3 - 0.043*(T-1)**4          

            vb.write('%.4f %7.5f\n' % (T, b))   

        else:         

            b = T*ln(2.612*T**(-3/2)) + T*ln(1 - 2.612*(2*T)**(-3/2))         

            vb.write('%.4f %7.5f\n' % (T, b))          

        T = T + deltaT

vb.close()

T=0


G = 0.88622692

with open('vf.txt','w') as vf: 

    for j in range(1, pontos):     

        if T <= 1.36:         

            f = 1 + 0.016*T - 0.957*T**2 - 0.293*T**3 + 0.209*T**4            

            vf.write('%.4f %7.5f\n' % (T, f))   

        else:           

            f = T*ln(2/(3*G)*T**(-3/2)) + T*ln(1 + 2/(3*G)*(2*T)**(-3/2))           

            vf.write('%.4f %7.5f\n' % (T, f))          

        T = T + deltaT

vf.close()

\end{lstlisting}


Apêndice D - Código para obtenção das curvas de $U$ pela equação (6)


\begin{lstlisting}[language=Python]

import numpy  as np

from numpy import log as ln

from numpy import exp


pontos = 1000

T = 0.0001

deltaT = 0.001


with open('Ub.txt','w') as Ub:

    for i in range (1, pontos):

        U = 0

        for k in range(1, 100):    

            U += (k**2) / (exp((k**2)/T) - 1)            # u = 0           

        Ub.write('%.4f %7.5f\n' % (T, U))             

        T = T + deltaT        

Ub.close()

\end{lstlisting}


Referências

[1] S. J. Blundell, K. M. Blundell. Concepts in Thermal Physics, 2ª ed. Oxford University Press, 2010.

\newline

[2] A. G. Sotnikov. Chemical potentials and thermodynamic characteristics of ideal Bose- and Fermi-gases in the region of quantum degeneracy, Low Temperature Physics 43, 144, 2017.

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